O consumo de
energia no sector dos edifícios representa cerca de 17,8% do consumo final
total do país, sendo cerca de 9,1% associado ao uso residencial e 8,7% aos serviços,
o que equivale no total ao consumo de 3,2 Mtep (milhões de toneladas de equivalente
de petróleo).
O consumo de
energia nos edifícios residenciais distribui-se aproximadamente da seguinte
forma: 50% para as cozinhas e produção de águas quentes sanitárias (AQS), 25%
para o aquecimento e arrefecimento e os restantes 25% para a iluminação e equipamentos
(electrodomésticos).
São vários
os factores que influenciam o consumo a este nível nos edifícios (as condições
climáticas do local, a condições de implantação o edifício, o isolamento da
envolvente, a área de envidraçados e sua orientação, as perdas e ganhos
associados a renovação do ar interior, a eficiência energética dos equipamentos
existentes, o grau de conforto exigido pelos utilizadores e seu comportamento a
sua condição económica, etc.).
O consumo
energético nos edifícios têm vindo a aumentar exponencialmente devido ao
crescimento do nível de vida dos portugueses e consequente aumento das exigências
de conforto individual e das famílias. Nos últimos anos, têm ainda surgido novos
equipamentos em resultado do forte desenvolvimento tecnológico verificado nas últimas
décadas (televisores com comando a distância e modo "stand by",
consolas de jogos, computadores pessoais, micro-ondas, telemóveis, etc.), o que
conjuntamente com as maiores exigências ao nível do condicionamento térmico
interior tem levado ao crescimento do consumo energético. Sendo a iluminação e
os equipamentos (electrodomésticos) responsáveis por uma importante quota-parte
do consumo energético, a redução do consumo a este nível poderá ser conseguida
através da melhoria da eficiência energética dos mesmos.
Se na concepção dos edifícios não forem
considerados princípios, regras ou normas que promovam a utilização racional de
energia, o crescimento na procura desses novos equipamentos e as maiores exigências
ao nível de conforto térmico, que só poderão ser satisfeitas com maior recurso
a equipamentos de climatização, terão como resultado o aumento dos consumos
globais do sector e consequentemente do seu impacte ambiental.
Esta
tendência de crescimento exponencial dos consumos energéticos no sector dos edifícios
poderá comprometer o cumprimento das metas do Protocolo de Quioto, do qual
Portugal foi signatário.
A energia,
no seu processo de conversão/utilização, contribui com cerca de 2/3 do total de
emissões de GEE em Portugal e para se cumprirem as metas deste Protocolo será
necessário que os níveis de emissão no período de cumprimento (2008-2012) sejam
os de 1990.
