Parede dupla é aquela que é constituída por um par de alvenarias fisicamente afastados e adequadamente travados entre si. Esta deve dispor dos mecanismos necessários à recolha e condução para o exterior de eventuais águas de infiltração e à secagem dos elementos interiores humedecidos. Apenas nestas condições se pode considerar uma parede dupla.
A
utilização de dois panos de alvenaria na execução de paredes exteriores de
edifícios, embora com algumas décadas de aplicação continua a ser o mais usual.
O seu princípio de funcionamento tem tanto de simples como de eficaz. Assumindo
que, no limite, a água das chuvas possa penetrar na parte exterior sendo
inaceitável que entre em contacto com o pano interior.
Parede dupla tem que ter:
•
Uma caixa de ar. Não devem existir pontos de ligação
entre os panos, para que desta forma exista uma quebra de continuidade, do
exterior para o interior, para que o ultimo permaneça seco
•
Um travamento eficaz entre os dois panos através da
aplicação de estribos
•
Uma caleira na base da caixa de ar com um sistema de
drenagem orientado para o exterior
•
Um conjunto de orifícios na zona superior do pano
exterior que assegure a secagem da caixa de ar.
As anomalias mais frequentes nas
paredes duplas são:
•
Inexistência de caixa de ar ou espessura incorrecta
•
Ausência de caleira de recolha das águas na caixa de
ar
•
Ausência de drenagens que conduzam as águas para o
exterior ou drenagens obstruídas
•
Existência de desperdícios de argamassa criando
ligação entre os dois panos
•
Quando as placas de isolante são colocadas na caixa
de ar sem qualquer fixação, apoiando-se em ambos os panos constituindo pontes
de passagem de água para o interior
Notas finais:
A
utilização de paredes duplas é desde há muito uma solução tradicional em
Portugal.
As suas eficiências, durabilidade e custos reduzidos constituem
vantagens.
A forma
deficiente como são executadas, em alguns casos, leva a que o número de
insucessos seja grande.
Daí que se
torna muito importante que sejam executadas adequadamente.
