A patologia
da construção deve ser sempre encarada como um passo – indesejado mas praticamente
inevitável – rumo à qualidade. Todas as correntes filosóficas da “certificação
da qualidade” – divulgadas e implantadas através das normas ISO nos últimos
anos – sublinham a necessidade da melhoria constante e o imperativo de
encontrar oportunidades de melhoria em cada experiência de insucesso (ou
não-conformidade), mediante acções correctivas formalmente definidas e posteriormente
avaliadas.
A abordagem
que agora se faz de erros e defeitos em paredes de fachada tem o duplo
objectivo de, por um lado, recordar periodicamente o que é conhecimento
consolidado sobre estas matérias (uma vez que os actores, as obras e as
circunstâncias evoluem e assim o aconselham) e, por outro, contribuir de forma
pontual e muito direccionada para a discussão e melhoria das condições de
execução de pormenores construtivos que tendem a ser menosprezados e que afectam
o desempenho geral das fachadas.
Os casos
escolhidos, num total de doze, não resultam, nem de uma análise estatística dos
defeitos mais significativos na construção de fachadas, nem da tentativa de
estabelecer um catálogo que cubra, de modo uniforme, as diferentes abordagens,
materiais ou funções das fachadas.
- Juntas de
dilatação inadequadas;
- Apoio
deficiente das paredes para correcção das pontes térmicas;
- Ausência
de grampeamento em paredes duplas;
- Deficiente
execução da caixa-de-ar de paredes duplas;
- Erro de
escolha ou colocação de isolamento térmico nas caixas-de-ar;
- Erros na
utilização de barreiras pára-vapor e de pinturas impermeáveis;
- Protecção
inadequada contra a humidade ascensional;
- Preparação
e aplicação inadequadas de rebocos hidráulicos tradicionais;
- Aplicação
inadequada de revestimentos cerâmicos;
- Execução
de peitoris com geometria e materiais inadequados;
- Fissuração
da alvenaria sobre suportes muito deformáveis;
- Erros
frequentes em paredes de tijolo face-à-vista.
