quarta-feira, 11 de abril de 2012

Patologias de paredes



A patologia da construção deve ser sempre encarada como um passo – indesejado mas praticamente inevitável – rumo à qualidade. Todas as correntes filosóficas da “certificação da qualidade” – divulgadas e implantadas através das normas ISO nos últimos anos – sublinham a necessidade da melhoria constante e o imperativo de encontrar oportunidades de melhoria em cada experiência de insucesso (ou não-conformidade), mediante acções correctivas formalmente definidas e posteriormente avaliadas.

A abordagem que agora se faz de erros e defeitos em paredes de fachada tem o duplo objectivo de, por um lado, recordar periodicamente o que é conhecimento consolidado sobre estas matérias (uma vez que os actores, as obras e as circunstâncias evoluem e assim o aconselham) e, por outro, contribuir de forma pontual e muito direccionada para a discussão e melhoria das condições de execução de pormenores construtivos que tendem a ser menosprezados e que afectam o desempenho geral das fachadas.

Os casos escolhidos, num total de doze, não resultam, nem de uma análise estatística dos defeitos mais significativos na construção de fachadas, nem da tentativa de estabelecer um catálogo que cubra, de modo uniforme, as diferentes abordagens, materiais ou funções das fachadas.

- Juntas de dilatação inadequadas;
- Apoio deficiente das paredes para correcção das pontes térmicas;
- Ausência de grampeamento em paredes duplas;
- Deficiente execução da caixa-de-ar de paredes duplas;
- Erro de escolha ou colocação de isolamento térmico nas caixas-de-ar;
- Erros na utilização de barreiras pára-vapor e de pinturas impermeáveis;
- Protecção inadequada contra a humidade ascensional;
- Preparação e aplicação inadequadas de rebocos hidráulicos tradicionais;
- Aplicação inadequada de revestimentos cerâmicos;
- Execução de peitoris com geometria e materiais inadequados;
- Fissuração da alvenaria sobre suportes muito deformáveis;
- Erros frequentes em paredes de tijolo face-à-vista.