quarta-feira, 11 de abril de 2012

Apoio deficiente das paredes para correcção das pontes térmicas


Apoio deficiente das paredes para correcção das pontes térmicas



As assimetrias de resistência térmica das fachadas conduzem ao fenómeno conhecido por “pontes térmicas” cujo efeito se impõe evitar ou, pelo menos, minimizar, e que se traduz numa perda de energia significativa e na formação de condensações superficiais internas com consequente formação de fungos e bolores. Além das consequências ao nível do conforto estético e visual e da durabilidade dos materiais, o fenómeno afecta, ainda, a salubridade dos locais, sendo frequentemente responsável por alergias e afecções respiratórias. O fenómeno das condensações superficiais interiores, que não é objecto desta abordagem, é um fenómeno complexo cuja solução passa sempre pela conjugação da ventilação (e/ou redução da produção de vapor de água), do aquecimento interior e do reforço de isolamento térmico.

A correcção das pontes térmicas com forras exteriores de tijolo furado envolvendo toda a estrutura é a técnica mais divulgada e uma das mais referidas na regulamentação em vigor desde 1990 (RCCTE), recentemente actualizada em 2006. Esta técnica é, por vezes, concretizada com recurso ao avanço integral do pano exterior da parede dupla, de modo a garantir que fica saliente em relação à estrutura pelo menos 7 cm, conferindo-lhe uma protecção térmica mínima através dos 2 alvéolos de ar (furos) do tijolo cerâmico. Para que tal aconteça, em segurança, devem estar cumpridas 3 condições mínimas: 


(i) a parede apoia na laje (ou suporte alternativo de resistência e rigidez adequados) em pelo menos 2/3 da sua espessura em tosco; 

(ii) a estabilidade básica de cada pano de piso está verificada, tendo em consideração a dimensão e localização do apoio efectivo, do seu peso próprio e do peso do revestimento exterior; 

(iii) o pano exterior está devidamente grampeado ao pano interior com 2 a 3 grampos por metro quadrado. Nos casos em que as ligações nos topos horizontais ou verticais são limitadas ou inexistentes, a verificação básica da estabilidade (ii) deve contemplar a acção do vento, bem como outras que atendam à especificidade de cada caso.

Quando não se verificam as condições enunciadas, pode considerar-se que existe um apoio deficiente da parede e é frequente observarem-se fissuras horizontais significativas junto à laje ou a meia altura entre pisos. Nos casos mais graves pode ocorrer o deslocamento da parede e a criação de condições de instabilidade que podem conduzir ao seu colapso total ou parcial.